Tenho pensado nisso há um tempo. E desde o último post eu nunca mais retornei ao blog. Então hoje resolvi abrir minha conta e tive saudades das minhas postagens. Esse texto é longo, mas vale a pena.
O último post foi no dia 15/09/2014. Um texto que eu havia escrito há alguns anos atrás. Um texto que eu não imaginava que fosse servir tanto para mim um dia. Eu estava já passando por uma situação difícil com meu querido avô havia 16 dias. Ele se internou apenas para fazer uma simples retirada de um cateter. Feita a cirurgia, - que correu maravilhosamente bem - meu vô entrou em coma. (sem dúvidas, por erro médico)
Tudo o que fizemos então foi orar e jejuar. Nos unimos em família e fizemos um relógio de jejum e oração por ele. Eu, particularmente, não estava preocupada com a situação dele, pois eu cria no poder de Deus. Eu chorava ao vê-lo imóvel naquela cama. Ele só conseguia nos ouvir, então eu passava fé pra ele. Cada dia que eu ia visitá-lo ele apresentava uma melhora e isso me deixava tranquila de que Deus o faria levantar dali. Eu tinha uma certeza inexplicável disso.
Então no dia do post anterior eu fui visitá-lo. Ele estava muito inchado, mas a certeza de que ele seria curado continuava dentro de mim. O que eu não sabia é que aquela foi a última vez que o vi. Três dias depois ele faleceu.
Não sei o que eu pensei na hora que soube da morte. Eu sei que não fiquei com raiva de Deus ou questionando o porquê de meu avô não ter sido curado. Só tentava pensar que aquilo foi o melhor (coisa mais dura de se pensar, né?) Eu já perdi uma vó e uma bisavó quando era criança, mas a dor da perda do meu avô foi indescritível. Doía tanto. Não conseguia comer, nem dormir. Fiquei tomando remédios para dormir e não comia nadinha. Foram dias longos, duros, tristes, nem sei de onde tirei tanta lágrima.
Entra agora a pergunta do início. Se oramos, usamos nossa fé por que Deus não nos deu o que queríamos?
A resposta mais simples que eu encontrei foi: Deus sabe o que é melhor.
Meu vovô levou toda a nossa família pra igreja há muuuuitos anos atrás através de um testemunho de cura que viu. Por causa dessa atitude hoje temos obreiros, pastores e um bispo na família. Mas ele mesmo nunca havia se entregado a Jesus. Ele teve fé pra ser curado quando chegou a igreja, mas não teve fé de entregar sua alma ao Senhor. E assim se passaram anos e o meu vovô domingueiro não se convertia. Desde criança aprendi a orar pra ele se converter.
Em 2011 ele ficou internado numa situação bem difícil, então depois de sair do hospital ele passou a ir para as reuniões de terça e quarta também. Mas tempos depois ele parou e só ia aos domingos novamente. Toda vez que ele ficava doente ele se rendia a Deus e depois voltava a ser como antes.
Meu avô está com Jesus agora. Não é algo que inventamos para confortar nosso coração. O tempo que ele esteve em coma foi o suficiente pra ele pensar na vida dele e quebrar a pedra que revestia seu coração. Cremos que Deus aproveitou aquilo e o tomou pra si antes que ele voltasse a endurecer.
Nossa oração deu certo sim, mas de uma maneira diferente daquela que nós pensamos. Conseguimos o maior milagre que nossa família almejou. Conseguimos salvar a alma dele! Claro, óbvio, lógico que a gente queria desfrutar dessa salvação! Egoístas que somos... Deixa Deus aproveitá-lo agora, Afinal, Ele esperou 69 anos por isso!
Enquanto eu escrevia este post tive que parar diversas vezes. A dor da falta dele ainda existe, claro! Eu sou um ser humano e era a neta mais apegada a ele. Mas eu não perdi minha fé, nem minha confiança em Deus.
Em cada instante desde a morte de vovô eu me lembrava do post anterior. Eu continuei fazendo as coisas na EBI, continuei cuidando das minhas responsabilidades da igreja. Só não fiz mais porque estava viajando.
Eu resolvi escrever isso pois sei que muitas pessoas passam por essa situação. Muitos oram, manisfestam sua fé para alcançar algo e, no entanto, parece que Deus está em silêncio ou que não ouve suas orações. Mas eu te digo, leitor, que Deus tem preparado o melhor para você. Ele conhece a sua dor, a sua necessidade. Ele tem ouvido suas orações e está pronto para te responder. Você só precisa confiar e descansar em Deus. Não pare de orar, não deixe de fazer propósitos. Persevere, confie. Mas tenha em mente que a vontade de Deus é soberana. Você deve fazer seus pedidos, sim, mas deve pedir segundo a vontade dEle.
Nós pedimos a cura de vovô. Deus criou uma situação para que ele buscasse a salvação. O que seria melhor? Vovô curado e perdido, ou salvo longe nós?
Talvez só o que falta pra você receber a sua benção é você estar disposto a aceitá-la como Deus quer lhe dar. ;)
Confie!
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.Isaías 55:8-11
Forte, Deus tem sempre o melhor para nós !!
ResponderExcluirSei bem o que é isso!
ResponderExcluirNo início de 2009 eu e minha família perdemos uma pessoa cujo caráter era irrepreensível. Era um exemplo de mulher, esposa, mãe e de serva temente a Deus – tanto que até hoje, depois de sua morte, há comentários positivos sobre suas condutas. Ela não envergonhava o nome de Jesus. Até sem falar exalava um bom perfume. A educação que ela dava as minhas duas primas era PRIMOROSA. Era uma tia conservadora. E admirava profundamente seus comportamentos (apesar de nunca ter dito isso pessoalmente).
Minha tia pouco tempo depois de conquistar alguns sonhos neste mundo (o que é natural e justo) ficou um pouco morna na fé. E já havia desfrutado de momentos “quentes” na obra de Deus. Foi uma das primeiras obreiras da família. Praticamente ajudou a semear o evangelho. Com o passar dos anos ficou numa situação de marasmo, inércia, ócio no exercício da fé. Não desfrutou nem oito meses da sua conquista e foi diagnosticada com um câncer. Ficou internada e com menos de oito meses veio a óbito.
Nos últimos 5 anos de vida, pela análise que faço, suas idas a igreja eram cada vez menos frequentes. Havia momentos em que era frequente. Outros em que sua ausência era notável. Parece meio contraditório, mas apesar disso percebíamos que era uma mulher diferente. Era temente, não fazia nada de errado mas estava se esfriando. Mas como vemos o exterior e o interior apenas Deus sabe... Hoje temos a plena certeza que os instantes do sofrimento pelo qual passou serviu para que ela se reaproximasse de Deus como deveria.
Nos seus meses de internação e tratamento oramos como nunca. Lutamos. Revezamos-nos em visitas. Jejuns, sacrifícios, propósitos, visitas de pastores. Até pastores de outras denominações se reuniam conosco em clamores.
Houve uma melhora. Eu particularmente achei que, pela fé, a doença não iria mais progredir. Mas depois as coisas começaram a piorar.
Numa determinada ocasião recebemos uma ligação do hospital tarde da noite. Era ela querendo falar conosco pedindo perdão (devido a equívocos e mal entendidos que às vezes surgem em família e que deixam marcas silenciosas). Naquela noite não dormimos. Ficamos sabendo no dia seguinte pelo meu tio (o esposo dela) que devido a intensidade das dores que ela sentia naquela noite, ela chegou a pensar que não chegaria ao outro dia – e por isso quis limpar seu coração telefonando para algumas pessoas - dentre as quais, nós.
No dia de sua morte estávamos num culto de busca ao Espírito Santo. Nesta época ia à igreja “sob guindaste”. Mas naquela noite fui com uma disposição “além da usual” e o pastor falou muito sobre a experiência que teve com a morte de sua avó, e que na ocasião enquanto muitos se desesperavam ele exultava interiormente porque sua avó tinha se encontrado com Deus. E agora eternamente! No momento eu achei um saco o pastor falando de morte... Mal sabendo que era um preparo de Deus.
Chegamos em casa e o telefone tocou com a noticia do óbito. O choque foi enorme. Mas ao mesmo tempo havia o conforto do Espírito Santo – que nos preparou. Me lembrei do que disse o pastor. Naqueles momentos pude ter a mais absoluta certeza, assim como todos nós (família), que apesar das nossas orações não terem sido respondidas ela tinha se encontrado com Jesus – e está firme eternamente, sem chances de figurar nos gráficos de alta e baixa no que tange a temperatura da fé. Como só o tempo diz após o período de luto, hoje, vemos CLARAMENTE que se ela estivesse viva, na verdade estaria morta, figurando no cenário dos que apesar de um bom comportamento - estão totalmente frios na fé.
Situações como essa do seu avô nos preparam, nos amadurecem, nos fortalecem... de alguma forma...
Desculpa o tamanho deste comentário que mais parece uma enciclopédia, mas quando me dei por conta já tinha escrito. Me identifiquei muito com este texto. Muito espiritual e forte!
Que Deus a abençoe e conforte o seu coração.
Eu me lembro e, inclusive, acompanhei toda essa situação com dona Carmen. Minha família também estava em oração por ela. Na época foi um choque pra mim, mas também tive certeza de ele havia se encontrado com o Senhor Jesus.
ExcluirEu só não sabia que ela tinha ligado pedindo perdão. Creio que o próprio Espírito Santo tocou em seu coração para que ela o fizesse.
E não se preocupe quanto ao tamanho do comentário, rsrs
Deus abençoe!
Que lição difícil heim Jel, mas tenho certeza que toda essa experiência não apenas te fez mais forte, como passou força para quem leu.
ResponderExcluirQue você nunca perca essa sensibilidade em aprender mais de Deus e tirar dos desafios da vida um aprendizado.
Beijos querida :)
Amém, minha linda! Beijos <3
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